As Instituições face ao “Caos” na era da AGI*

Nesta edição pretende-se refletir sobre o futuro das Instituições num cenário, altamente disruptivo a nível societal e tecnológico, onde poderemos estar mergulhados na autodeterminação da Inteligência Artificial Geral onde poderá nomeadamente imperar a desinformação extrema, a desordem económica e a fragmentação social extrema.

Neste contexto, importa explorar de forma criativa ideias e entendimentos sobre o que poderá vir a ser o futuro das Instituições. Como se irão adaptar/evoluir face ao Futuro (erosão, transformação, colapço, substituição, alternativas …)?  

Possíveis áreas de trabalho, tendo em consideração dois aspectos de clarificação :

  • INSTITUIÇÕES – Entendidas como sistemas organizados, formais (ONU, Estados de Direito, UE, OCDE, OMC, FMI, BRICS, NATO, Universidades, BigTechs, Empresas, …) ou informais (Família, Clãs, Religiões, Dogmas, Tradições, Língua, …) que tentam exercer o seu poder e controlo, tentando regular o comportamento das pessoas e consequentemente dos mecanismos societais a partir regras e práticas sociais.
  • “CAOS” – Entendido como o conjunto das incertezas críticas extremas, acompanhadas de disrupções explosivas relativas à vida quotidiana no futuro, ou seja, no limiar da singularidade social ou mesmo fora do controlo humano e onde a variável tempo tecnológico é infinitamente superior ao tempo humano. Trans-humanismo, hiper-tecnologia, ou AGI são exemplos da contribuição para o ambiente “caos” sem juízo de valor associado (bom vs mau).

GRUPO 1      COSMOPOLÍTICA  

  1. Aparecimento de entidades majestáticas, ad hocs, controladas por super corporações tecnológicas e económicas. Fim da Era dos Impérios e redefinição do papel das Instituições?
  2. Governanças global e nacionais baseada na tecnologia e nos dados
  3. Novas instituições transnacionais algorítmicas baseadas na AGI em substituição de funções dos Estados clássicos
  4. Um mundo multipolar com micro-governos com desconexão entre os espaços físicos e poliarquias políticas. O que significa identidade das Nações no contexto da AGI?
  5. Instituições sem qualquer relevância face à governança exercida pela AGI. O “Parlamento das Coisas” na era pós-soberania clássica
  6. Da influência crescente do controlo das rotas marítimas (estreitos, canais, Ártico,…) às alterações climáticas

GRUPO 2      SOCIEDADE                      

  1. Novas legitimidades e funcionalidades das Instituições no Futuro
  2. Instituições transnacionais com representação humana e trans-humana na regulação da sociedade
  3. Comunidades digitais: soberanas e/ou poliárquicas
  4. Reputação e condições de felicidade algorítmica. A caminho de uma sociedade do ócio ?
  5. Governação global informal baseada na algoritmia
  6. Impacto dos fluxos migratórios e renovação societal: refugiados como recurso e arma. Custos societais dos fenómenos extremos

GRUPO 3      PESSOAS E “ENTES INTELIGENTES”           

  1. Capacidade para criar indivíduos e pessoas como parceiro da AGI e co-criador de Instituições futuristas e pós-humanas
  2. Instituições híbridas: humanos, AGI, e sistemas simbióticos. Identidade como relação provisória e relação como entidade profunda. O que irá distinguir o humano da máquina ?
  3. O individuo como fonte de dados da AGI: Massificação da alienação e do controlo humano para a AGI e sistemas simbióticos?
  4. Dissolução da identidade humana tradicional face à fusão H-M, à hiperconectividade e à modulação pelas redes em que se insere
  5. Identidades múltiplas, digitais e para-biológicas. Quem sou? O que pensam que nós somos ? As instituições sabem mais de nós do que nós mesmos
  6. Que evolução entre o Vazio e a Espiritualidade? Colapso ou reforço do Divino independentemente da forma como é percebido

O contexto em que vai decorrer o Fórum