Repensar o Futuro da Sociedade da Informação (17ª edição)
O Futuro das Democracias na Era Digital
Qual o futuro das democracias e dos processos de decisão em sociedade,
num contexto cada vez mais digital e algorítmico?
Todos temos a consciência de que o conceito de democracia tem evoluído ao longo dos tempos, revestindo-se hoje de características impensáveis comparativamente com tempos passados. Por outro lado, a Democracia apercebida hoje pelo ocidente (Eurocêntrica) parece não ser de aplicação universal do tipo “one fits all” para um mundo heterogéneo e tão diferente em termos culturais e geográficos.
Estando nós em plena Revolução Digital como se pode perspetivar a evolução da Democracia para daqui a vários anos? Como evoluirão num mundo de crescente complexidade os modelos de decisão em sociedade?
Sobreviverá o modelo de democracia representativa/liberal à revolução digital, sabendo-se que muito dos seus atuais sistemas de decisão nasceram na era das soberanias e das fronteiras do tempo da revolução industrial e permanecem na sua conceção e aplicação ainda na era analógica?
Vivemos uma época de recessão e de ilusão de democracia onde é emergente o populismo, o extremismo e o autoritarismo? Acresce que as grandes decisões parecem ser tomadas por pequenas elites que detêm o poder, levando à frustração de parte da população, nomeadamente a jovem, face à sua impotência e irrelevância nas tomadas de decisão.
A Era Digital corresponde a uma “revolução” fortemente disruptiva (porque, entre outras características, “exponencial”) dos processos de comunicação/informação da Humanidade. Compará-la aos impactes da revolução de “Gutenberg” e aos seus impactes políticos, religiosos e culturais peca, porventura, por defeito. Tendo em conta tal, como percepcionarão e actuarão os “nativos digitais” nos processos (macro) políticos, sejam eles democráticos (i)liberais ou autocráticos ou ainda “tradicionais”?
Qual o valor da Liberdade quando esta é invocada para tudo até para destruir a Democracia? Será que somos pessoas livres na Era Digital, agindo com a consciência não manipulada?
Na época dos instrumentos de “surveillance” individual e social e em que a tecnologia disponibiliza em conjunto como por exemplo as redes sociais, “bloggers”, “influencers”, “bots”, …, como se poderá tentar “regular” a manipulação das emoções no contexto dos processos decisórios?
Para um debate mais focalizado consideraram-se três espaços de reflexão:
- O Individuo – “Autodeterminação Individual”
- O Coletivo – “Processos de Decisão em Sociedade”
- O Mundo – “As Culturas Políticas na Europa e no Mundo”